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Só as raparigas podem ser vacinadas contra o HPV?

29 Mai 2024 - 09:25
falso

Só as raparigas podem ser vacinadas contra o HPV?

Responsável por várias infeções sexualmente transmissíveis, o vírus do papiloma humano (HPV) é causa de quase todos os cancros do colo do útero. A forma mais eficaz de prevenir a infeção por este vírus é através da toma da vacina, que está incluída no Plano Nacional de Vacinação. Mas será que só as raparigas é que podem ser vacinadas contra o HPV?

É verdade que só as raparigas podem tomar a vacina contra o HPV?

Não. Durante muitos anos associou-se a infeção por HPV apenas ao desenvolvimento de cancro do colo do útero. Por esse motivo, apenas as raparigas eram vacinadas

No entanto, tal como se refere na secção de perguntas e respostas sobre o vírus do papiloma humano do site do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “desde outubro de 2020, os rapazes nascidos a partir de 2009 podem fazer a vacina gratuitamente, no âmbito do Programa Nacional de Vacinação”, aos 10 anos.

No que diz respeito às raparigas, a recomendação continua a ser a administração da vacina, também aos 10 anos, “num esquema de duas doses”, refere-se.

Esta atualização na vacinação contra o HPV ocorreu a nível mundial, porque se percebeu que o vírus também pode ter consequências graves na saúde dos homens.

Como se explica num texto publicado no site hpv.pt (que pertence à Liga Portuguesa Contra o Cancro), este “é um vírus que se pode transmitir facilmente durante qualquer tipo de contacto sexual/genital ou oral”. 

Por esse motivo, “os rapazes, tal como as raparigas, podem ficar infetados através de atividades sexuais, sejam elas com ou sem penetração”.

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Segundo outro texto do mesmo site, “estima-se que entre 75 a 80% dos homens e mulheres serão infetados pelo HPV em determinado momento da sua vida”

Na maior parte dos casos, o organismo consegue eliminar o vírus. No entanto, quando isso não acontece, “pode desenvolver-se doença genital”.

No caso dos homens, isto pode significar “verrugas ou condilomas genitais” ou “cancros e lesões pré-cancerosas do pénis, do ânus e da cabeça e do pescoço”, salienta-se.

Além disso, ao tomarem a vacina, “os homens podem reduzir a carga de doença associada ao HPV”, ou seja, diminuem o risco de serem um veículo de transmissão do vírus

Isto porque, justifica-se, muitas pessoas estão infetadas com HPV e não sabem, já que é frequente a infeção não apresentar sintomas. 

De acordo com o SNS, “a infeção por vírus do papiloma humano é mais frequente nos mais jovens (entre os 15 e os 25 anos) e nos primeiros 10 anos após início da atividade sexual, sendo a infeção de transmissão sexual mais frequente nestas idades”.

Daí a importância de a vacinação estar concluída antes de se iniciar a atividade sexual. “Esta vacina é profilática e não terapêutica”, o que “significa que serve apenas de prevenção e não é eficaz para tratar a infeção caso a pessoa já esteja infetada”, explica a mesma fonte.

Qual a importância da vacinação contra o HPV?

No texto do SNS refere-se que “existem mais de 150 tipos diferentes de vírus do papiloma humano, dos quais 40 afetam preferencialmente os órgãos da região genital (vulva, vagina, colo do útero e pénis)”.

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Segundo o hpv.pt, o vírus do papiloma humano é hoje considerado o segundo carcinogéneo mais importante, “logo a seguir ao tabaco”, e “está associado a 5% dos cancros, no geral, e a 10% dos cancros na mulher”.

A maioria dos cancros do colo do útero é causada pelo HPV (ver aqui e aqui). Além disso, o HPV é responsável por “84% dos cancros do ânus”, “70% dos cancros da vagina”, “47% dos cancros do pénis”, “40% dos cancros da vulva” e “99% dos condilomas ou verrugas nos genitais”, refere-se num texto do hpv.pt.

Atualmente, de acordo com um texto da Organização Mundial da Saúde (OMS), “existem seis vacinas HPV autorizadas: três bivalentes, duas quadrivalentes e uma vacina nonavalente”. 

Todas as vacinas “são altamente eficazes na prevenção da infeção pelos tipos de vírus 16 e 18, que, em conjunto, são responsáveis por cerca de 70% dos casos de cancro do colo do útero a nível mundial”, salienta a mesma fonte.

A vacina nonavalente (a única disponível em Portugal) proporciona uma proteção adicional contras os tipos 6 e 11 – as grandes causas das “verrugas anogenitais” -, bem como contra mais cinco tipos (ver aqui).

Além de eficazes, “os dados dos ensaios clínicos e da vigilância inicial pós-comercialização efetuados em vários continentes demonstram que as vacinas contra o HPV são seguras”, destaca a OMS.

Quase todas as pessoas podem tomar a vacina contra o HPV. A única exceção, refere-se num texto do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa) são as pessoas que tiveram “uma reação alérgica grave (anafilaxia) a uma dose anterior da vacina ou a um ingrediente da vacina”.

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Em conjunto com as pessoas que não tomaram a vacina, frisa o SNS, “grávidas, pessoas com o sistema imunitário enfraquecido e pessoas com maior número de parceiros sexuais e que não utilizam proteção apresentam um maior risco em caso de infeção por vírus do papiloma humano”.

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29 Mai 2024 - 09:25

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